domingo, 6 de outubro de 2013

... Cuca Roseta...


É uma menina bonita e com uma presença que faz a diferença pela elegância e forma de estar… na vida e no fado.
Poucos serão aqueles que se lembram da sua voz nos Toranja… o Fado foi abraçado mais tarde… a sua voz não passou despercebida a nomes como Carlos Zel e João Braga.

Hoje, a minha conversa feliz é num páteo alfacinha, com cheiro a Terra, a Tejo, a Sonhos e a Fado…. Comigo e convosco, com muito orgulho e um enorme sorriso, Cuca Roseta! 



Cuca é mesmo o seu nome ou é um diminutivo, um mimo de quem gosta de si?
Cuca é mesmo o meu nome, foi-me dado pela minha irmã quando nasci e assim ainda me chama toda a família. Isabel um nome lindíssimo, mas com o qual não me identifico.

Antes da fadista, quem é a Cuca como mulher e mãe?
Sou uma mãe muito dedicada e uma mulher muito sensível.

Que estilo de música gosta de ouvir? Só Fado?...
Gosto muito de jazz, música clássica, também alguma música comercial, mas essencialmente jazz.

A voz serena e angelical misturam-se com uma forma de vestir e estar muito originais… como foi esse casamento com o Fado na voz da crítica?
Penso que quem me escuta com o coração percebe a paixão e o respeito que tenho pelo Fado e facilmente tudo o resto encaixa, pois é genuíno, e o que é genuíno não tem de ser explicado... é ser quem somos na nossa essência sem medo de ser criticado.

A sua beleza foi um facilitador ou, por outro lado, teve de dar “mais provas” que é muito mais que uma mulher bonita?...
Normalmente não é um facilitador, ao contrário do que as pessoas pensam. Existe muito uma ideia que quem tem boa imagem não pode ter boa voz. Mas depois ao vivo quando o sentimento e a verdade do fado falam por si, aqueles que o escutam percebem que a beleza é outra, é uma beleza que vem de dentro, que é inerente à arte e ao fado

Como nascem os seus discos? São “filhos” que se desejam e nascem ao fim de 9 meses ou tudo fica mais ao sabor do vento e, quando existe matéria para, fazem-se as últimas afinações e entra-se em estúdio?
Os discos podem ser considerados filhos... mais que isso, o culminar de um ciclo que se fecha e que é recordado para sempre... Evoluirá mas deixará saudade da inocência inerente à evolução. Contam as historias da melhor junção de fados e sentimentos, descrição da verdade e emoções sentidas desde o primeiro até ao estúdio para a gravação do segundo. Um disco conta também uma história, tem um tema, com imagens que se associam à história desse conjunto de histórias.



Palco ou Estúdio? Porquê?
No palco estão connosco muitas pessoas que trazem também as suas emoções e a sua energia. Essa nostalgia não se consegue no estúdio. O fado é um momento de partilha de emoções seja através do público ou de nós. No estúdio também se pode conseguir um ambiente especial, mas será sempre mais individualista.

Como se prepara para os concertos? Alguma superstição? Algum medo?
Medo sempre, mas coragem também, e responsabilidade. Apenas fazer silenciáveis, dar lhe o devido respeito, pois fala-se de intimidade e sentimentos.

Como lida com o público e a crítica?
Fazemos música para quem a sente ou para quem se move com ela. Quem não a sente não é nosso público, não há com que preocupar. Há que preocupar e respeitar aqueles que nos ouvem, que nos seguem, aqueles para o qual a nossa música faz sentido e os ajuda de alguma forma, seja chorando ou sorrindo mas, essencialmente, os reconforta de alguma forma. A critica normalmente, se não for bem fundamentada, vem daquele que não sentiu, que apenas viu do lado de fora ou procura comparação ou defeito. O fado não se compara, o fado não é superficial, o fado sente-se e partilha-se com quem está aberto a receber essa partilha e a responde também de forma genuína e intuitiva.

A sua imagem é a de uma mulher serena e de bem com a vida… é mesmo assim?
Penso que devemos agradecer cada oportunidade que nos é dada. Nesse sentido não sou ansiosa, pois não crio a expectativa de chegar a algum lugar mais ou ter mais do que aquilo que tenho.Cada dia que canto seja onde for, cada vez que partilho algum sentimento, sinto-me muitíssimo feliz de o poder fazer. Essa alegria e gratidão traz-me serenidade.

Consegue viver-se do Fado em Portugal?
Consegue, até porque nós viajamos muito.Temos um trabalho que é requisitado no mundo inteiro e até maioritariamente lá fora. Isso é realmente uma grande ajuda neste género musical pois é universal, não fosse património mundial.

Três palavras que definam o seu Fado…
Verdade. Essência. Genuinidade.

Se fosse Ministra da Cultura, se tivesse poder para agir, o que mudaria no panorama cultural português?
Mudaria inúmeras coisas mas, essencialmente, o valor que damos as coisas.

O que a faz Ser Feliz?
Agradecer as oportunidades e as possibilidades que tenho dia a dia e não desejar mais. Isso faz-me ser muito feliz. Viver um dia de cada vez.


Sou muito grata à Cuca por me ter proporcionado esta conversa, diferente, feliz...
Para quem pretender ilustrar as palavras com música, aqui ficam alguns vídeos....

Fado do Abraço

Fado do Contra

É Lisboa a namorar

"Rosa cor-de-rosa" com Ana Moura

Nos teus braços


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

... Isabel Oliveira

Bom dia!
A Entrevista a Isabel Oliveira foi publicada na Zen Energy de Outubro.
Em Novembro será publicada aqui, no meu blog!
Obrigada pelas v/ visitas!
Sejam felizes!